
Paradoxalmente, outras oportunidades nos surgem sempre que perdemos algo. Quando perdemos o nosso lugarzinho aconchegante no útero, ganhamos o mundo. E nos vemos diante de uma imensidão que nos recebe, encanta, assombra, eleva e nos destrói. Então seguimos perdendo…
Perdemos rapidamente a inocência da infância, perdemos a confiança inquestionável na mão que nos segura, e assim vamos aprendendo a questionar. Por quê? Não cansamos de perguntar sobre tudo.
Assim seguimos, “abrindo portas para um novo mundo e fechamos janelas, irremediavelmente deixadas para trás.”
Ao nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer vamos, naturalmente, perdendo alguns direitos e conquistando outros. Sem sequer perceber perdemos o direito de chorar alto como fazíamos quando éramos crianças. Perdemos o direito de sermos sinceros sem medo de causar problemas. Não damos mais aquela risada escandalosa da blusa ridícula do vizinho, não andamos na chuva e não lambemos os nosso dedos.
A cada dia o mundo nos torna ainda mais inadequado. Nascemos sonhando e demoramos muito tempo para cair na real! Estamos nos tornando equilibrados, ponderados, mas não temos mais nenhuma espontaneidade. A razão e o raciocínio estão se tornando prioridades na nossa essência.
Já perdemos tanto ao longo da nossa caminhada. Então não podemos apenas nos permitir “viver sem”. Não deixe de fazer aquilo que realmente queira. Nada nos garante que haverá tempo! Mesmo que a perda seja algo inevitável, não devemos nos entregar e desistir. Estamos fazendo tudo errado, ao perder algo, desanimamos e abrimos mão de uma outro porção de coisas, quando o que deveríamos fazer é dar valor a tudo o que nos restou…
”Que tenhamos dores nas costas e alguém que as massageie.”
”Que tenhamos rugas e boas lembranças.”
”Que tenhamos juízo, mas mantenhamos o bom humor e um pouco de ousadia.”
”Que sejamos racionais, mas lutemos por nossos sonhos.”
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